Aguente o primeiro mês

em

02 julho 2013


Faz um mês que sai de casa e me tornei uma universitária, aluna de uma federal  e me tornei um orgulho para meus pais (?). Eu e outros milhões de alunos, saímos de nossas casas e de nossos estados rumo a um novo futuro.

Há um mês minha mãe disse: " Filha,sua vida agora é outra, você é uma adulta" e realmente minha vida mudou.

Já tem um mês que não chego em casa e encontro e grito do portão o que tem para o almoço, que não recebo um carinho da minha mãe, que meu pai não brinca comigo mandando eu sair  do lugar dele no sofá e depois me dando um abraço, faz um mês que não dou um beijo na minha irmãzinha, a Mel e volto a ser apenas uma criança enquanto brinco com ela. Vejo minha família todo dia no Skype, mas não é a mesma coisa. Eu não estou mais compartilhando cada detalhe do meu dia com eles, só tenho uma hora das 24 do meu dia com meus pais. A tela do computador é tão fria e me deixa tão solitária mesmo tendo tanta gente do outro lado.

Faz um mês que não vejo meus amigos, que não dou aquela risada de antes, mas não a risada de educação, aquela sem nenhuma educação que você chora,sente a barriga doer e no fim uma alma lavada, eu  agora não tenho com quem conversar,para quem contar Aquele segredos.Tenho novos colegas,mas falta aquela intimidade, aquele  amor por seu amigo vem junto a palavras  idiota, viado, foca, peste e coisas do tipo. Pior ainda é ver as fotos deles no facebook e só você não está nela, porque está estudando bem longe dali.

Já tem um mês que faço minha lavo a minha roupa e saio sem precisar dizer que horas vou voltar. Mas a falta que faz alguém por perto, preocupado comigo, sem dormir me esperando é assustadora. Há um mês estou cheia de trabalho, sofrendo para que baixe uma entidade na hora de tentar escrever um relatório ou um artigo e é nessa hora que eu penso "dormir para quê?" e vamos tomar café ou guaraná. 

Mas pode passar um mês, um ano, uma década ou uma vida que uma imagem nunca vai sair da minha cabeça: o dia que cheguei aqui, aquele dia frio no terminal 4 do aeroporto de Guarulhos quando abracei meus pais pela última vez, disse aquele "eu te amo" cheio de lágrimas entrei na sala de embarque. Enquanto estava na fila,olhava para trás e via minha família ali parada, eu virava a cara e depois olhava para eles mais uma vez, só mais uma vez, pela última vez.

Meu desejo era sair correndo e pedir, implorar para que meu pai não me deixasse ir,para que ele me levasse para casa e esquecesse tudo isso. Mas não fiz, e agora estou aqui.


E já se passou um mês.E ainda penso se vale para alguma coisa tanto sacrifício. Dizem que sim, mas eu juro que não sei.

Agora vale o que minha amiga Amanda, que já estava  morando sozinha disse para mim na noite antes da minha partida " O primeiro mês é o mais difícil. Tudo doí, a saudade sufoca. Mas aguenta. Se você for capaz de aguentar esses 30 dias, será capaz se aguentar qualquer coisa". Olha Amanda, quase não foi, mas consegui, agora sou uma adulta, ou acho que sou, ou quero que o mundo ache que sou.

Fazer a própria comida,morar longe, ter altas responsabilidades e conviver com uma saudade sufocante todos os dias, isso é parte do processo de crescimento. eu estou passando por isso e se você não passou
respire fundo... e prepare-se para passar.

2 comentários

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Beijinhus ;3

  1. Você está morando aonde? Eu imagino o quanto deva ser difícil morar sozinha, não consigo nem me imaginar longe dos pais. Espero que você consiga aguentar forte, tenho certeza que valerá a pena depois!
    Beijão! (:

    http://500daysofsam.wordpress.com

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    Respostas
    1. Estou morando em Aracaju- Se e estudo na Universidade Federal. Olha morar longe dos pais é terrível, tem dias que conviver com a saudade parece impossível, mas no meu caso ou era passar por isso ou não estudar em uma boa faculdade. Obrigada pelo apoio é realmente muito importante para mim.

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